quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Fala e Escrita: Propostas Didáticas para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental.

                                ( Débora Amorim Gomes da Costa Maciel_ UPE )


         O texto relata uma investigação das coleções dos livros didáticos: ‘Português uma Proposta para o Letramento’ e ‘Vitória Régia-língua Portuguesa’ de primeira a quarta série, mostrando como é abordada a relação entre a língua oral e a língua escrita. Nesse sentido a investigação é de grande importância pelo fato do livro didático ser o instrumento educativo mais utilizado na sala de aula, aumentando assim a preocupação, já que este auxilia no letramento escolar.
      Segundo o texto, a linguagem pode ser concebida em três perspectivas, sendo elas:
  •               Estruturalista: compreende a linguagem como expressão do pensamento; 
     ·       Transformacionalista: compreende a linguagem como instrumento de comunicação;
     ·        Enunciativa: concebe a linguagem como processo de interação.

                  Explica-se ainda que nos gêneros da fala e da escrita podem haver semelhanças, mas também podem haver diferenças, nos dando como exemplo uma “conversa informal entre amigos” e “um bilhete familiar”, como semelhanças, e “uma conversa informal” e um “artigo acadêmico” como distintos, na questão da modalidade discursiva.
               Além disso, o envolvimento interpessoal segundo Tannen (1983) e as representações sociais, segundo Bakhtin (1997), interferem na escrita, pois condicionam grau de formalidade ou de informalidade na mesma.
    Já Travaglia (1997) diz que é um mito acreditar que a língua escrita é uma réplica exata da língua oral, pois as diferenças fonéticas, prosódicas, entre outras desaparecem na escrita.
           O principal objetivo ao analisar as coleções era saber se as atividades ali contidas ajudariam na compreensão das relações de proximidade e distanciamento existentes na linguagem escrita e na linguagem oral.
              O livro ‘Vitória Régia-língua Portuguesa’ trabalhou com o fragmento de uma revista, no qual não deixa claro o que chama de “marcas próprias da escrita”, mostrando apenas que a ausência de repetição é uma marca da mesma. Além disso, ao tentar produzir uma fala em outro fragmento, o livro repete várias vezes à mesma palavra, dando a entender que a repetição é uma marca própria da oralidade. No entanto, existem muitos elementos que diferenciam a linguagem oral da escrita, e não apenas a repetição de palavras.
           Já o livro ‘Português uma Proposta para o Letramento’, trabalha com o gênero carta em sua primeira atividade analisada. Tal atividade tinha como missão mostrar que a língua oral e a língua escrita não se diferenciam de forma absoluta, mas que o registro formal ou coloquial depende do destinatário e do objetivo.
           Podemos observar, portanto que a coleção ‘Português uma Proposta para o Letramento’, com relação a fala e a escrita, considera o tipo de gênero textual, respondendo a uma noção de língua sócio-interativa. E na coleção ‘Vitória Régia-língua Portuguesa’, mostra a língua na visão de uma escrita “padrão”.

    Este link fala de um projeto chamado: ABRACE UM ALUNO ESCRITOR, que reúne várias escolas da Baixada Fluminense como o Instituto de educação Rangel Pestana, E. M. Enilza B. S. Chiconelli, entre outras de Nova Iguaçu e o Centro Educacional Manoel Pereira, de Queimados, na criação livros escritos pelos alunos. =)

    http://www.abraceumalunoescritor.org/baixadafluminense.htm